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terça-feira, 18 de outubro de 2011

DIÁRIO DE UM CINQUENTÃO NA ACADEMIA

Ganhei de presente da minha mulher um vale-training de uma semana de
treinamento físico em uma academia perto de casa. Apesar de estar em
excelente forma, achei boa a idéia de diminuir a minha "barriguinha". Fiz a
reserva com uma personal trainner chamada Nádia, instrutora de musculação e
aeróbica, e modelo de 26 anos.

Me recomendaram levar um diário para documentar o meu progresso, que a
seguir transcrevo a vocês:

Segunda-feira:

Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena!
Nádia parecia uma deusa grega: ruiva, olhos azuis, grande sorriso, lábios
carnudos e corpo escultural. Inicialmente, Nádia fez um tour pela academia,
mostrando todos os aparelhos. Comecei pela bicicleta ergométrica. Depois de
5 minutos, ela me tomou o pulso e se assustou, pois o coração estava muito
acelerado. Não era a bicicleta não, era Nádia, vestida com uma malha de
lycra coladinha... Curti muito o exercício. Ela me motiva muito, apesar da
dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela passa perto de mim.

Terça-feira:

Tomei café e fui para a academia. Nádia estava mais linda que nunca. Comecei
a levantar uma barra de metal. Depois se atreveu a colocar mais pesos!!!
Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui completar UM QUILÔMETRO. O sorriso arrebatador que Nádia deu me convenceu de que todo exercício valeu a pena... era uma nova vida para mim.

Quarta-feira:

A única forma como consegui escovar os dentes, foi colocando a escova sobre
a pia e movendo a cabeça para cima e para baixo. Dirigir também não foi
fácil: estender os braços para mudar as marchas era um esforço digno de
Hércules, doía muito o peito e os braços, e minhas panturrilhas ardiam toda
vez que eu pisava o pedal da embreagem. Fisicamente impossibilitado,
estacionei meu carro na vaga para deficientes físicos, até porque saí do
carro mancando... Nádia estava com a voz um pouco aguda a essa hora da
manhã, e quando falava me incomodava muito. Meu corpo doeu inteiro quando
ela me colocou a cadeirinha de escalada. Para que merda alguém inventa um
treco para se escalar quando isso já está obsoleto com os elevadores? Nádia
me disse que isso me ajudaria a ficar em forma e a aproveitar a vida e os
esportes de aventura... ou alguma dessas promessas.

Quinta-feira:

Nádia estava me esperando com seus horríveis dentes de vampiro. Cheguei meia
hora atrasado: foi o tempo que demorei para colocar o tênis. A desgraçada da
Nádia me colocou para trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, saí
correndo e me escondi no banheiro. Mandou um outro treinador me buscar e,
como castigo, me colocou na máquina de remar... me ferrei!

Sexta-feira:

Odeio a desgraçada da Nádia. Escrota, anoréxica, anêmica, insuportável e sem
cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que pudesse se mexer sem
uma dor angustiante, eu partiria no meio essa desgraçada!!! Nádia quis que
eu trabalhasse meus tríceps... E EU NEM SEI QUE PORRA É ESSA DE
TRÍCEPS!!! Como se não bastasse colocar os pesos para que eu os levantasse,
ainda colocou aquelas merdas das barras...A bicicleta ergométrica me fez
desmaiar e, quando acordei, estava numa maca em frente a uma nutricionista,
outra idiota com cara de mal-comida, que me deu uma catequese de alimentação
saudável...

Sábado:

A lazarenta da Nádia me deixou uma mensagem no celular com sua vozinha de
lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui à academia. Só com a
sua voz já me deu vontade de quebrar o celular, porém não tinha força
suficiente para levantá-lo, pois até pra apertar os botões do controle
remoto da TV estava difícil...

Domingo:

Pedi ao vizinho para ir à missa agradecer a Deus por mim por essa semana que
terminou. Também rezei para que, no ano que vem, a desgraçada e
infeliz da minha mulher me presenteie com algo um pouco mais divertido, como
um tratamento de canal, um cateterismo ou um exame de próstata.

sábado, 16 de abril de 2011

Que tal eu ser o seu P.A?

FONTE: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/pau_amigo.htm

Quero chamar um conhecido para ser o meu P.A. Quais são as consequências?

por Anette Lewin

"Quando refletimos sobre nossas reais necessidades devemos deixar de lado modismos ou definições. O que é bom para as outras, se é que é bom, pode não ser para você"

"... o P.A. acaba resolvendo mais o problema de mulheres comprometidas já cansadas de sexo com seu companheiro estável. E resolvendo o problema de homens cujo apetite sexual se beneficia de mulheres que "querem" transar por transar"


Resposta: Primeiramente, vamos ver o que significa um P.A, ou seja "Pau Amigo". Teoricamente, nada muito diferente do que uma relação não convencional onde duas pessoas se propõem a ter sexo sem compromisso.


A expressão, embora tente ser colocada como uma grande novidade, apenas é mais "explícita" do que outras usadas em outros tempos para designar os mesmos fins. Em épocas mais românticas usava-se a expressão "amantes"; em épocas mais irônicas, a expressão "amizade colorida". E em épocas de maior imediatismo sem censura, "pau amigo".

Você me pergunta quais podem ser as consequências desse , digamos, "acordo"sexual. Depende muito do que você realmente pretende e de como você realmente é.

Embora você viva numa época em que a explicitude quase chula é valorizada, talvez você não esteja preparada para encará-la. Sim porque uma relação onde acontece algum grau de intimidade física, afetiva ou amorosa desperta, principalmente nas mulheres, algum grau de expectativa. A mesma de muitos séculos, que levou o ser humano a constituir famílias estáveis ao lado da prole. E que não pode ser modificada em algumas décadas mesmo que teoricamente, novas expressões assim determinem.

Se você realmente precisa de sexo pelo sexo, o P.A. pode ser uma boa alternativa. Se você precisa reafirmar seu valor como fêmea e sente-se maravilhosamente bem porque consegue fazer seu amigo sentir desejo por você, a alternativa também pode ser válida. Agora, na maioria das vezes uma mulher quando está só, procura um companheiro que goste dela como pessoa; traduzindo para a linguagem vigente: na maioria das vezes quer um P.P.C.D.S (pau para chamar de seu) e espera sim que haja um telefonema no dia seguinte; e na maioria das vezes se sente vazia após o sexo sem compromisso.

Sorry, mas é assim. Nesse sentido, o P.A. acaba resolvendo mais o problema de mulheres comprometidas já cansadas de sexo com seu companheiro estável. E resolvendo o problema de homens cujo apetite sexual se beneficia de mulheres que "querem" transar por transar.

Lembrando que antropologicamente falando, o homem por não saber se a prole é sua, uma vez que não fica grávido, precisou durante muito tempo fecundar várias femeas para ter certeza que deixaria descendentes. Daí sua maior propensão à "galinhagem".

Quando refletimos sobre nossas reais necessidades devemos deixar de lado modismos ou definições. O que é bom para as outras, se é que é bom, pode não ser para você. A relação amorosa, incluindo a sexual, é um jogo em que o mistério e o lado desconhecido do outro exercem um papel importantíssimo. Levar essa relação a uma explicitude contratual descaracteriza-a jogando-a no rol dos prazeres imediatos e descartáveis. Para quem gosta, é um prato cheio.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Deixando a mulherada louca...

Em geral os conselhos relacionados ao assunto raramente rendem o sucesso esperado. Mas não é o caso destas cinco técnicas infalíveis. Quer deixar sua parceira "louquinha" de prazer? Comece seguindo estes conselhos. (Atenção: Segredos revelados por uma mulher.)

Técnica nº1 : Mãos Molhadas

Sim, a técnica das mãos molhadas. Certamente a mais popular entre as mulheres. Tão simples. Tão excitante. Você vai deixá-la completamente sem fôlego:

Faça sua parceira sentar-se em uma cadeira confortável na cozinha. Certifique-se que ela consegue ver muito bem tudo que você faz.
Encha a pia da cozinha com água e adicione algumas gotas de detergente para louça com aroma. (Existem muitos aromas que podem ser utilizados -maçã, limão, lavanda - escolha o que quiser. Se estiver em dúvida, experimente o 'neutro').
Segurando uma esponja macia , submerja suas mãos na água e sinta sua pele ser envolvida pelo líquido até que a esponja esteja bem molhada..
Agora, movendo-se devagar e gentilmente, pegue um prato sujo do jantar, coloque-o dentro da pia e esfregue a esponja em toda a superfície do prato. Vá esfregando com movimentos circulares até que o prato esteja limpo.
Enxague o prato com água limpa e coloque-o para secar. Repita com toda a louça do jantar até que sua parceira esteja gemendo de prazer.

Técnica nº2: Vibrando pela Sala

Esta técnica utiliza o que para muitas mulheres é considerado um "brinquedinho". É um pouco mais difícil do que a primeira, mas com algum treino você vai fazer com que sua parceira grite de prazer.
Cuidadosamente apanhe o aspirador de pó no lugar onde ele fica guardado. Seja gentil, demonstre a ela que você sabe o que está fazendo.
Ligue-o na tomada, aperte os botões certos na ordem correta.
Vagarosamente vá movendo-se para frente e para trás, para frente e para trás... por todo o carpete da sala. Você saberá quando deve passar para uma nova área.
Vá mudando gradativamente de lugar. Repita quantas vezes seja necessário até atingir os resultados.

Técnica n°3 : A Camiseta Molhada

Este joguinho é bem fácil, embora você precise de mente rápida e reflexos certeiros. Se você for capaz de administrar corretamente a agitação e a vibração do processo, sua parceira falará de sua perfomance a todas as amigas dela.
Você precisará de duas pilhas de roupas sujas. Uma com as roupas brancas, e outra com as coloridas.
Encha a máquina de lavar com água e vá derramando gentilmente o sabão em pó dentro dela (para deixar a mulher ofegante, use exatamente a quantidade recomendada pelo fabricante).
Agora, sensualmente coloque as roupas brancas na máquina... uma de cada vez.... devagar. Feche a tampa e ligue o 'ciclo completo'.
Enquanto você vê sua companheira babar de desejo por você, essa é uma ótima oportunidade para pôr em prática a Técnica nº2.
Ao fim do ciclo, retire as roupas da máquina e estenda-as para secar. Repita a operação com as roupas coloridas..
Atenção: Se nesse ponto ela começar a gritar algo como: - "Sim! Sim! Ai! Isso! Ai mesmo! Oh meu Deus! Não pára! Não pára não!" Não pare. Continue até que ela esteja exausta de prazer.

Técnica nº4: O que sobe, desce

Esta é uma técnica muito rapidinha. Para aqueles momentos em que você quer surpreendê-la com um toque de satisfação e felicidade. Pode ter certeza, ela não vai resistir.
Ao ir ao banheiro, levante o assento do vaso. Ao terminar, abaixe novamente.
Faça isso todas as vezes.
Ela vai precisar de atendimento médico de tanto prazer.

Técnica nº5: Gratificação Total

Cuidado: colocar em prática esta técnica pode levar sua companheira a um tal estado de sublimação que será difícil depois acalmá-la, podendo causar riscos irreversíveis a saúde da mulher.
Esta técnica leva algum tempo para aperfeiçoar. Empenhe-se com afinco. Experimente sozinho algumas vezes durante a semana e tente surpreendê-la numa sexta-feira à noite. Funciona melhor se ela trabalha fora e chega cansada em casa.
Aprenda a fazer uma refeição completa. Seja bom nisso.
Quando ela chegar em casa, convença-a a tomar um banho relaxante (de preferência aromático em uma banheira de água morna que você já preparou).
Enquanto ela está lá, termine o jantar que você já adiantou antes dela chegar em casa.
Após ela estar relaxada pelo banho e saciada pelo jantar, proceda com a Técnica nº1.
Preste atenção nela pois o estado de satisfação será extremamente alto, podendo causar coma repentino.


Fonte: acidezmental.com

sexta-feira, 26 de março de 2010

Cuidado!!! O Ricardao existe...

Os casais tendem a entrar em monotonia crescente, à medida que os anos avançam e aí começa a pairar o espectro do Ricardão sobre a testa dos maridos. Conheça os hábitos deste personagem fabuloso que faz pela sua mulher tudo o que você fazia até os seus 24 anos.


1- Tem tempo.
Você trabalha o dia inteiro e quando chega em casa destroçado, quer apenas um banho, um jantar, vestir aquelas confortáveis chineletas e se jogar na frente da TV. Nos fins de semana você está tão podre, que a sua única disposição é hibernar como um urso.

Ricardão: tem todo o tempo do mundo e, principalmente, ele dispõe daquele tempo que você perde enquanto trabalha de sol a sol.


2- Disponibilidade.
Você se tornou cada vez menos disponível para jantares, festas, reuniões dançantes e, muito menos, para esticar noitadas em casa entre champanhe risos e chamegos.

Ricardão: ele sempre está livre full time. Ele é o tipo do cara que topa tudo por nada. Você deve estar se perguntando: será que este cara nunca trabalha? Retroceda aos seus 24 anos e vai encontrar a resposta – ao tempo em que você ainda não tinha submergido na neura de amealhar patrimônio.


3- Dá carinho.
Neste quesito a sua desvantagem é astronômica. A mulher se ressente muito quando não é acariciada e não adianta você distribuir homeopaticamente beijos eventuais e maquinais, dados enquanto você olha de esguelha o jornal.

Ricardão: ele é tão rei dos carinhos, que parece ter uma energia infinita para dá-los. Com paixão e entrega total, ele vibra com a textura macia da pele da sua mulher e provoca estremecimentos em cada feixe de músculos do seu corpo. Dizem que um instrumento definha quando não é tocado e, neste quesito, você deveria dar graças a Deus por haver um Ricardão na sua vida: um cara por perto tão dedicado à causa que você perdeu.


4- Libido arrebatadora.
Se você conseguiu ler até aqui, prepare-se para cair fulminado em território inimigo. Em face dos seus problemas no trabalho, das crises financeira e da idade, em que pé está o seu fogo sexual? A paixão alimenta o casamento mais do que você imagina, Se você pensava que bastava prover conforto para a casa e cuidar bem dos filhos...

Ricardão: uma coisa que não se pode esperar dele é que cuide bem dos SEUS filhos, mas quanto ao resto... saiba que ele faz o tipo amante latino, capaz de passar noites em claro ardendo em fogo abrasador e inesgotável. Talvez ele tenha esta performance invejável porque são tão poucas noites por mês que você viaja a São Paulo...


5- Corpo sarado.
Há quanto tempo você se converteu no mais perfeito sedentário? Sua barriguinha de chope está sendo perdida para fora das calças, o seu cabelo ralentou, suas pernas afinaram e você ficou com cara de Banana de Pijama.

Ricardão: como em todos os outros quesitos, ele tem todo o tempo do mundo para cuidar da aparência e da saúde. Possui barriga de tanquinho, corpo sarado, corre todos os dias, frequenta a academia, tem fôlego de lince e, para completar, custa a acreditar que ele tenha um Porsche conversível! Não, não cogitemos isto, porque senão, a concorrência que já era desleal, seria um desastre!


6- Capacidade de elogiar.
As mulheres tem um enorme dom para detectar a qualidade dos elogios. Assim, elas distinguem perfeitamente os elogios de coração dos de boca para fora. Infelizmente, depois de anos de convivência e desgastes na relação, suas tentativas de elogios soam tão falsas quanto patéticas. Admita que a sua maior gana seja apontar, digamos... determinados detalhes sórdidos da vossa intimidade, o que só piora as coisas.

Ricardão: ele conhece profundamente a dependência que as mulheres tem aos elogios e a usa para apertar os botões certos nas horas certas, em suma, ele obtêm tudo o que deseja, o melhor da sua mulher.


7- Sinceridade.
A sinceridade excessiva é diretamente proporcional ao tempo de casamento e, portanto, é uma das principais ruínas dos matrimônios. Tudo o que as mulheres querem são “mentiras sinceras”, conforme canta a poesia de Cazuza na música “Maior Abandonado”. No entato, os maridos preferem ser sinceros e ferinos como Gilette na carne.

Ricardão: sinceridade é a única virtude que te sobeja e falta ao Ricardão. Porém, ele nunca mente para a mulher (a sua mulher), ao contrário, ele revela verdades convenientes e oculta preciosismos degradantes, ou seja, ele omite tudo o que você adora vomitar nas intermináveis brigas de casal.


8- Personalidade 100% lúdica.
Para você que é 100% trabalho, compromissos, cursos, agenda, escritório, viagens, problemas e “Make Money”, fica difícil acreditar na existência de seres Elíseos.

Ricardão: é um ser lúdico integralmente devotado às trocas prazerosas. Nenhum marido é páreo para ele, já que não acumula desgastes na relação, não tem compromissos com filhos, prestações, condomínio, planos de saúde, aposentadoria, família, etc. Ou seja, este personagem mitológico encarna a melhor parte dos maridos e magicamente consegue fazer a sua esposa voltar ao tempo dos acampamentos.


9- Compromisso.
Quando você pára para pensar, descobre que ao longo dos anos os laços de amor e paixão vão sendo paulatinamente substituídos por compromissos mais característicos de empresas, do que de seres que se amam.

Ricardão: então, entra em cena um sujeito glamoroso e cheio de vontade de suprir as suas falhas. Assim, enquanto você se compromete com o arrimo do lar e a educação dos filhos, toca ao Ricardão se comprometer, única e exclusivamente, com o bem estar da sua mulher.


10- Religiosidade.
Se você é ateu, ou está negligenciando os seus deveres eclesiásticos, então se cuide com o Ricardão Gospel.


Via [InovaVox]

Como fazer frente a este mar-de-rosas que inunda a existência da sua cara-metade, quando ela cai nas graças do Ricardão? Certamente depois do leite derramado não há solução. Então, resta aos maridos tomar atitudes profiláticas que evitem as situações-limite, encarnando eles mesmos o Ricardão na vida da sua companheira! Redescubra a mulher ao seu lado e não a veja apenas como sócio da empresa que vocês são obrigados a manter.

Fonte: Blogpaedia

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Astro do Rock

Atenção: Esta é uma historia de ficção criada por mim e não tem relação nenhuma com os nomes que aparecem no texto. Escrita originalmente em 12/11/1990.


Ainda nos meus documentos antigos, encontrei uma redação que fiz para meu amigo, que na época trabalhávamos juntos.
Ele era uma figura. Magrão, olhos esbugalhados, gel nos cabelos penteados para traz.
Fã incondicional de Pink Floyd, The Who, Genesis, Guns and Roses, Barão Vermelho e outras bandas de rock. O gerente do departamento vivia chamando a atenção dele, pois a cada 5 minutos, ele parava o trabalho dele e ficava “viajando”, com os olhos parados em algum lugar fixo.
Eu perguntava á ele: Meu, porque você viaja tanto?
Ele sempre respondia que estava imaginando tocando guitarra num palco para dois milhões de pessoas, junto com o Pink Floyd, Genesis, The Who e o Cazuza cantando com ele.
Numa noite em casa, resolvi tirar um sarro dele. Escrevi a historia abaixo, como se ele fosse uma grande astro de rock. Imprimi e entreguei uma copia é ele para ver o que achava.
Lembro que estávamos num bar tomando cerveja e ele começou a ler... depois que terminou disse que aquilo era todo o sonho dele e que eu consegui passar para o papel da forma mais incrível. Ficamos até tarde naquele bar rindo da situação. E ainda ele me disse que eu seria a testemunha de dois grandes sonhos dele: ser um astro de rock e casar-se com a garota que ele estava namorando, a qual tanto amava. Um ano depois, tive o prazer de ser seu padrinho de casamento. Eu e minha noiva na época até viajamos juntos para a cidade onde eles passaram a lua de mel. Pelo menos um dos seus sonhos eu participei, de se casar com a mulher amada.
O segundo sonho dele, de ser um astro de rock, infelizmente não pude presenciar, pois 01 ano depois do casamento, ele virou dependente de drogas injetáveis e alguns meses depois veio a falecer por AIDS.
Onde você estiver... essa é pra você Marcão!!!









...quando de repente, o interfone tocou...
Coloquei meu violão sobre a mesa de centro e ainda com o copo de uísque “on the rocks” na Mao, atendi. Era o segurança do prédio, informando que havia uma pessoa na portaria me procurando.
Quem poderia ser a esta hora da noite numa sexta-feira? – pensei.
- Pergunta quem é e o que quer. – instrui ao segurança.
- Disse que é tal de Roger Waters e precisa falar urgente com o senhor – respondeu o segurança com uma voz grave.
Roger Waters aqui? Puxa vida, quanto tempo que não o vejo. Um, dois anos talvez.
- Peça para subir. – e recoloquei o interfone no suporte da parede.
O que será que Roger Waters quer comigo? Pelo que sei, sua banda de rock estava no auge, ainda mais que fizeram um show em Berlim. Lembro-me muito bem, foi um show em homenagem á queda do muro de Berlim em 1989, com cenas do filme “The Wall”.
Desde que Pink Floyd realizou uma turnê pela Europa, nunca mais tive contato com Roger. Nem telefonemas, nem postal, nada...
Fui até a porta do elevador social para recepcioná-lo. Quando a porta abriu, tive uma surpresa: não estava ali somente Roger, mas também Mark Knopfler e Peter Gabriel.
Ainda havia uma garota, que Roger a apresentou como uma namorada, um caso, sei lá...
Pedi que entrassem a ficassem á vontade. Elogiaram muito a decoração de meu apartamento, que modéstia á parte, tudo decorado por mim.
- Mas o que o traz aqui, Roger? – perguntei.
- Nada em especial. Estou preparando o próximo LP da banda e preciso que você faça uns trabalhos nele. Tenho varias letras de musicas na cabeça, mas não tenho idéia de como fazer os arranjos. Você as prepara e eu cuido do final. Bom negócio, não acha?

Fiquei por um momento pensando na idéia, enquanto preparava outro copo de uísque. Achei Mark meio acanhado, enquanto Peter, ou Pet, vasculhava minha discoteca á procura de Beethoven.
Mark pegou meu violão e sentou num canto da sala e começou a dedilhar “Sultan of Swings”, mas assim que começava a cantar, parava de repente e começava a cantar e tocar “Brothers in Arms”. Depois ficava um longo tempo a meditar.
- O que se passa com ele? – perguntei ao Roger.
- Não se preocupe, quando ele fica careta, só toca essa musica. Ninguém sabe o porquê.
A tal garota, Mary, que eu julgava ser a namorada de Mark, perguntou-me se havia algo para comer. Respondi que sim, bastasse que ela fosse á cozinha e preparasse alguma coisa. Se preferisse, eu poderia ligar para o serviço de restaurante e solicitaria um jantar. Ela preferiu um lanche de queijo e bebeu alguma coisa diet.
Enquanto isso, nós conversávamos sobre a produção do LP da banda, quando de repente, o interfone toca novamente.
- Deixa que eu atendo – falou Peter.
- Acho que o segurança não entende nada em inglês – retruquei.
- Tudo bem. Converso com ele em Russo mesmo.
- Ok. respondi.
Havia uma pessoa na portaria com o nome de Agenor, e, sem a minha autorização já estava a caminho de meu apartamento.
A porta da sala se abriu e Agenor entra muito puto da vida:
- Pô cara... qual é? To te esperando faz 2 horas e você nada...
Pois... havia me esquecido totalmente que Cazuza e Barão estariam no rock in Rio e eu deveria estar lá também. Afinal de contas, três das musicas do novo LP eram de minha autoria e do Cazuza.
- Que horas começa o show? – perguntei.
- Daqui a meia hora – respondeu Cazuza.
- Tudo bem, sairemos agora e chegaremos a tempo para show. – respondi.
- Ok, mas antes deixe-me pegar meu violão porque sem ele não haverá show nenhum...
Neste momento, a porta do meu quarto se abre e minha mãe entra aos berros:
- Marcos, abaixe esse som pelo amor de Deus. Para de encher a cara de cerveja e venha jantar, senão a comida esfria...
- Pô mãe... nem posso “viajar” no meu quarto que você vem torrar meu saco....Dá um tempo...

O papagaio depressivo - Luis Fernando Veríssimo

Compraram o papagaio com a garantia que era um papagaio falador. Não calava a boca. Ia ser divertido. Não há nada mais engraçado do que um papagaio, certo? Aquela voz safada, aquele ar gozador. Mas este papagaio era diferente.
No momento em que chegou em casa, o papagaio rodeado pelas crianças. Dali a pouco um dos garotos foi perguntar ao pai:
-Pai, quem é Kierkegaard?
-O quê?
O Papagaio estava citando Kierkegaard para as crianças. Algo sobre a insignificância do Ser diante do Nada. E fazendo a ressalva que , ao contrário de kierkegaard, ele não encontrava a resposta numa racionalização da cosmogonia cristã. O pai mandou as crianças se afastassem e encarou o papagaio.
-Dá a patinha, Louro.
-Por quê? – disse o papagaio.
-Como, por quê? Porque sim.
-Essa resposta não é aceitável. A não ser como corolário de um posicionamento mais amplo sobre a gratuidade do gesto enquanto...
-Chega!
-Certo. Chega. Eu também sinto um certo enfaro com a minha própria compulsão analítica. O que foi que disse o bardo? “O mundo está demais conosco.” Mas o que fazer? Estamos condenados à autoconsciência. Existir é questionar, como disse...
O pai tentou devolver o papagaio, mas não o aceitaram de volta. A garantia era de que o papagaio falava. Não garantiram que seria engraçado. E o papagaio, realmente, não para de falar. Um dia o pai chegou em casa e foi recebido com a notícia que a cozinheira tentara se suicidar. Mas como? A Rosaura, sempre tão bem disposta?
-Foi o papagaio.
-O papagaio?
-Ele encheu a cabeça dela. A futilidade da existência, a indiferença do Universo, sei lá.
Aquilo não podia continuar assim. Os amigos iam visitar, esperando se divertir com a conversa do papagaio depressivo. No princípio riam muito, sacudiam a cabeça e comentavam: “Veja só, um papagaio filósofo...” Mas em pouco tempo ficavam sérios. Saíam contemplativos. E deprimidos.
-Sabe que algumas coisas que ele diz...
-Eu nunca tinha pensado naquela questão que ele colocou, da transitoriedade da matéria...
Os vizinhos reclamavam. O negativismo do papagaio enchia o poço do edifício e entrava pelas cozinhas. Como se não tivessem bastante preocupações com o preço do feijão, ainda tinham que pensar na finitude humana? O papagaio precisava ser silenciado.
Foi numa madrugada. O pai entrou na cozinha. Acendeu a luz, interrompendo uma dissertação crítica sobre Camus que o papagaio – que era sartreano – fazia no escuro. Pegou um facão.
-Hmmm. – disse o papagaio. – Então vai ser assim.
-Vai.
-Está certo. Você tem o poder. E o facão. Eu sou apenas um papagaio, estou preso neste poleiro. Mas você já pensou bem no que vai fazer?
-É a única solução. A não ser que você prometa nunca mais abrir a boca.
-Isso eu não posso fazer. Sou um papagaio falador. Biologia é destino.
-Então...
-Espere. Pense na imortalidade do seu gesto.
-Mas você mesmo diz que a moral é relativa. Em termos absolutos, num mundo absurdo nenhum gesto é mais ou menos moral do que outro.
-Sim, mas estamos falando de sua moral burguesa. Mesmo ilusória, ela existe enquanto determina o seu sistema de valores.
-Sim, mas...
-Espere. Deixe eu terminar. Sente aí e vamos discutir esta questão. Wittgenstein dizia que...

Desabafo de 25 anos atrás.

Estava eu revirando meus documentos antigos ontem á noite e por grande surpresa encontrei uma texto onde eu transcrevia toda a minha frustração em relação á informática, que na época ainda mal havia chegado ao Brasil. Não tinha condições de me formar como profissional, nem tão pouco ter um computador pessoal. O texto abaixo está na integra de como foi digitado na época. Foram adicionadas algumas notas, para efeito de mera curiosidade no momento da edição deste blog.
Este “desabafo” foi em 03/08/1985 quando eu estava completando 24 anos.
Resolvi deixar postado neste blog, pois quem sabe daqui a 25 anos, se o site ainda existir e eu estiver vivo, possa matar as saudades.

“...na verdade, eu nuca havia me interessado por isso antes, nem tão pouco tomava conhecimento do que se tratava. Apenas sabia, que tudo o que acontece no mundo de hoje, depende dos pequenos circuitos eletrônicos, de informações e programas, para que, um monte de chips, organize e arrume a vida de todo mundo. Ou desorganize...
Na minha concepção, a pessoa que trabalhava nesta área, necessitaria de altos conhecimentos em engenharia eletrônica, mestre em matemática, física, química ou qualquer matéria que exige de cálculos astronômicos, fosse a pessoa com um Q.I invejável. Ou apenas nascesse no Japão...
Comecei a ler artigos e revistas especializadas, jornais, consultei bibliotecas, enfim, comecei a entrar naquele mundo fascinante. Nada que lia e aprendia me espantava, pelo contrario, sabia que tudo aquilo estava aqui e agora, não era ficção cientifica. Era o próprio homem desenvolvendo algo que ele mesmo descobrira, que a união da mente humana com a perfeição das maquinas resultava numa explosão revolucionária. Fiquei pasmo em saber que em meados de 1822 um professor de matemática, Senhor Babagge, planejou a máquina analítica, onde seu principio era constituído em cálculos aritméticos, com memória para mil números de cinqüenta dígitos cada. Uma coisa totalmente impossível naquela época, onde tal projeto não pode ser concluído por falta de peças.
Tal projeto fora largado no passado, quando depois de 100 anos, outro professor de matemática com a ajuda dos projetos de Babagee, construiu a primeira maquina capaz de processar milhões de informações por segundo, fornecendo seus respectivos resultados, em poucos segundos. Esta maquina possuía nada mais que 18 mil válvulas e ocupava uma área de 80 metros quadrados e era refrigerada á água.
Quando certo dia, meu interesse começou a crescer, repentinamente, quando no local de meu trabalho (extinto Banco Nacional), fora instalado um pequeno terminal de informações ao cliente, auxiliado por uma linha telefônica privada, chamado de Videotexto. Colhi o Maximo de informações possível sobre aquele aparelho que mudava a vida radicalmente das pessoas, pois através dele, era possível obter extratos de conta corrente dos clientes, já impresso em formulário continuo. Coisa inédita no serviço bancário. Nota: cada processo durava cerca de 3 minutos para ser concretizado, mas era bem mais rápido que enviar o extrato bancário do cliente via correio, pois quando o cliente recebia a correspondência, o saldo da conta já estava defasado em virtude dos lançamentos ocorridos desde a emissão do ultimo extrato.
E quanto mais eu me aprofundava naquilo, minha esperança de operar aquelas maquina era remota. E adquirir uma para o próprio uso, impossível...
Fiquei decepcionado quando a empresa contratou uma equipe especializada para o treinamento de duas pessoas na área contábil, para operar aquela pequena monstruosidade.
Bem, afinal de contas, porque deveria ser eu? Só porque eu era aficionado por tudo aquilo e se me dessem oportunidade, faria o melhor dos trabalhos. Alem do mais, eu me julgava suficientemente capaz de assimilar tudo o que me passariam também porque, na parte teórica, já tinha tudo de cor e salteado. Só faltava agora, uma pequena aula pratica. Oportunidade essa que eu não tive.
Meu acesso á aquela sala começou a ficar mais controlado, pois nela continha informações sigilosas da empresa. Achavam que não poderia ficar na sala uma pessoa que não fosse da área. Achava tudo isso bem engraçado, porque todas as informações da empresa passavam pelas minhas mãos, onde as preparava em forma de planilha e as entregava para os operadores para que apenas digitassem no computador. Ate então as coisas não melhoram em nada ao meu favor. Foi onde resolvi fazer alguma coisa.
Aventurei-me no primeiro curso de programação que encontrei, com promessas de bolsas de estudo, empregos garantidos, material didático gratuito, etc. NOTA: incrível que ate hoje existem escolas no mercado com as mesmas promessas.
Cada minuto das aulas eu devorava, como uma criança devora um bolo de chocolate. As aulas eram divididas em 1 hora e meia em teórica e meia hora pratica. Um computador para quatro alunos. Não via a hora de chegar à aula pratica, para poder aplicar o que aprendi nas aulas teóricas. Mal começava a digitar as linhas de programação, o sinal já disparava o sinal informando o final das aulas. Cheguei a ficar decepcionado, pois na verdade, tinha muitas idéias na cabeça e nada na pratica. Para descarregar o turbilhão de informações que existiam na minha mente, desenhava num caderno os fluxogramas e escrevia num caderno de uma forma grotesca as linhas de programação. Tinha certeza que se aplicadas corretamente num computador e iniciasse o procedimento de “rodar” o programa, tudo funcionaria perfeitamente.
Decidi então adquirir o meu próprio microcomputador. O problema era encontrar um equipamento que se adaptasse ás minhas aulas e ao meu orçamento familiar. NOTA: além de bancário era casado e já tinha minha filha com 03 meses de vida.
Depois de exaustivas pesquisas no mercado, encontrei um equipamento que atendia ás minhas aulas e pagamentos a perder de vista. Era um microcomputador chamado TK-85, fabricado pela extinta Microdigital. Ele possuía 16 Kb de memória e os programas eram gravados em fita cassete num gravador comum e era ligado á uma TV de 14 polegadas. NOTA: atualmente uma calculadora HP possui 2,5 GB de memória.
Pronto. Era tudo o que eu queria. Ficar horas e horas em frente á TV (que seria o monitor de vídeo), comprando revistas especializadas em programação Basic, comprando fitas cassetes gravadas com programas voltados a consultórios médicos, lojas, etc. Era outra ilusão, pois os programas eram grandes demais para caberem na memória do pequeno TK-85. Pelo menos consegui realizar meu sonho de fazer com que uma maquina respondesse aos comandos por mim informados. Cheguei até a fazer um programa onde alguém digitava algumas perguntas para que ele buscasse em algumas variáveis de memória respostas pré-definidas. Cheguei ao ponto de ficar horas e horas batendo papo com um computador. Já estava ficando louco...



Atualmente, continuo louco, só que a diferença é que tenho um computador de ultima geração, converso com pessoas do mundo todo “ao vivo”, trabalho como analista de suporte técnico em vários segmentos do mercado de varejo.
Além disso, realizei 03 de meus sonhos desde que era criança: Trabalhar com informática, ser locutor de radio e pilotar um avião.
Hoje já estou na área de informática a mais de 30 anos, tenho condições de criar programas e vinhetas para radio e já piloto um AIR BUS 319. Sou piloto “virtual” do Flight Simulator X com matricula na AVSin nº PT-RBO.

Viva a modernidade!